14 de janeiro de 2013

Cambodja - Parte 1

A visita ao Cambodja foi um misto de sentimentos, por um lado uma sensação de grandiosidade devido a imponente beleza de Angkor Wat por outro um misto de dor e impotência faces a pobreza. 


Cambodja carrega em si uma história de guerra, dor, tormentos, genocídios e lutas pelo poder bastantes singulares e horrendas. Nao nos e possível ter uma pequena ideia do que aquela gente passou e sofreu no passado ainda recente, e tive essa sensação assim que atravessei a fronteira e olhei para as pessoas. Nos rostos espelhava-se uma tristeza  e magoas silenciosas de quem carrega em si memórias horrendas. Alguns rostos limitavam-se a isso, simples rostos sem feições de vida ou expressividade incutidas. Não irei relatar a trágica historia deste povo que foi mencionado pela primeira vez em documentos europeus no ano de 1511 pelos portugueses. De notar que a presença dos missionários portugueses e espanhóis foi referida pelo guia aquando da nossa viagem, no entanto, penso que não terá sido muito eficaz já que a maior parte da população e seguidora de hinduísmo ou budismo. 


Quero no entanto, realçar um dos períodos sangrentos deste povo, que me sensibilizou pessoalmente. Em 1975, sob liderança de Pol Pot o nome oficial do país passou a ser Democracia de Kampuchea. O novo regime aspirava a reconstruir o país a semelhanca do seculo 11, um pais agrícola. A medicina oriental foi então ignorada, templos, bibliotecas e tudo o que fosse considerado oriental foi sumariamente destruído. Pessoas instruídas ou com algum nível de educação foram também "destruídas". Estima-se que entre este assassínio em massa, fome, excesso de trabalho e doenças, cerca de 1 a 3 milhões de pessoas perderam a vida,  um terço da população. Desta era sangrenta surgiu o termo Killing Fields (Campos assasinos). 



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