19 de janeiro de 2014

Somos iguais

Muitas vezes perguntam-me do que é que mais gosto na Austrália? Passados uns segundos de hesitação, de levantar a sobrancelha esquerda e revirar os olhos acho uma resposta. A oportunidade de conhecer gente de tantos lugares é algo que nenhum dinheiro no mundo pode comprar. A resiliência emocional que se ganha ao entender ao invés de julgar comportamentos e normas culturais. O porquê da A. ser muçulmana e não gostar de sair à noite,o porquê do S. ser muçulmano e comer porco e beber álcool, o porquê de no Nepal só agora estar a ser feita uma constituição, o porquê do M. ter duas cartas de condução e nunca ter feito sequer exame, o porquê do S. em 10 dias ter-se apaixonado e arranjado um casamento ou o porquê de alguns Australianos não saberem a diferença entre um verbo um nome. Uns chama-lhe inteligência cultural, outros capacidades culturais; eu chamo-lhe incorporar o que nos rodeia e aprender a respeitar os outros da mesma forma que queremos que os outros respeitem o porque de darmos dois beijos em jeito de cumprimento a homens e mulheres, o porquê de bebermos um copo de vinho com todas as refeiçōes ou o porquê de sermos um povo tão formal. Estes porquês ensinaram-me tanto ou mais do que os dois anos de mestrado juntos com os quatro de licenciatura. Quando aprendemos a olhar para os outros e a entender os porquês, tornámo-nos pessoas melhores e entendemos que o mundo vai muito mais para além do nosso tão perfeito cantinho a ocidente. Isto não se aprende nem nos livros, nem na internet; isto aprende-se vivendo a vida e respeitando as ideias dos outros assim como aceitamos as nossas. Podemos não concordar, mas respeitamos! 


Sem comentários:

Enviar um comentário