Quando ouvimos na televisão os conflitos no Egipto ou na Síria somos, por breves segundos, atingidos por um sentimento de compaixão ou impotência; mas que desaparecem tão rápido como vêm. Porém, quando esses conflitos nos são contados na primeira pessoa por um conhecido, o sofrimento personifica-se no rosto diante de nós, e aí, o que sentimos ultrapassa aqueles breves segundos de compaixão. Quando ouvimos alguém contar-nos que a irmã quase foi morta naquela tarde por um tiro no meio dos conflitos, fica difícil ignorar tudo isto e seguir em frente sem agradecer por momentos a enorme felicidade que é viver sem medo de perder aqueles de quem amamos a qualquer momento, ou mesmo, de fazermos nos mesmos parte desse grupo. Por muito que Portugal esteja em má situação económica, e que tenhamos o dever de intervir e lutar por um país melhor, não devemos deixar de agradecer todos dias o facto de não termos de viver num cenário constante de guerra em que qualquer dia pode ser o ultimo.
Legenda: Cristãos fazendo um anel em volta dos Muçulmanos para que estes possam rezar em paz durante as manifestações Egípcias. Muçulmanos protegendo os Cristãos no Egipto durante a realização da missa.
